Não tenho a certeza se um coelho é biologicamente considerado um “pequeno roedor”, pelo menos suficientemente pequeno para ser caçado por um francelho…
Na Madeira, existem francelhos em número ecologicamente razoável. Coelhos também.
Coelhos existem, no entanto, que são preocupações para algumas comunidades residentes. Por um lado temos os agricultores que, por vezes, desesperam pela voracidade deste roedor. Por outro lado, temos uma classe política em total alvoroço devido a umas traquinices (algumas de muito mau gosto, convenhamos) de um outro Coelho, o “Coelho da Assembleia”.
Admito que um relógio de desproporcionadas dimensões para ser usado enquanto objecto de uso pessoal e corrente, não se enquadra naquilo que é socialmente aceitável. No entanto esse exibicionismo fatela, à laia de protesto contra a limitação de tempo de intervenção na ALR, apenas define e qualifica quem o utiliza, isto é, qualifica de “palhaço” o utilizador e não ofende directa ou indirectamente os seus pares. Foi uma graça e, como diz o povo, “uma graça para ter graça uma vez basta”.
O mesmo se aplica quando o “Coelho da Assembleia” decidiu exibir-se em tons de veraneante havaiano, com cocktail, espreguiçadeira e chinelos, à frente da ALR a protestar contra qualquer coisa que sinceramente já não me lembro. O povo sorriu, achou graça e a coisa ficou por aí.
Um relógio de cozinha e uma camisa havaiana não constitui, por si só, material carregado de simbolismo susceptível de provocar reacções emocionais à generalidade das pessoas. O mesmo não acontece com a exibição de uma bandeira do regime nacional-socialista de Adolfo Hitler.
A atitude do “Coelho da Assembleia” ao desfraldar a suástica no seio do mais significativo órgão da autonomia madeirense merece censura pública. Merece mesmo uma exemplar censura pública!
Não sei, quer do ponto de vista jurídico quer do ponto de vista social, qual a melhor e mais adequada medida a aplicar ao “Coelho da Assembleia”:
A suspensão dos seus direitos de deputado parece não ser juridicamente aceitável, do mesmo modo que um estrondoso “par de estalos” se manifesta pouco consentâneo com a atitude humanista que se deseja socialmente dominante.
Que fazer então ao traquinas do “Coelho da Assembleia”? Interna-lo compulsivamente em estabelecimento psiquiátrico para prolongada psicoterapia? Seria uma adequada solução! Só que isso esbarraria com uma complexa teia de processos médico-jurídico-burocráticos cujo fim só se vislumbra lá para 2020…
Resta pois a solução política. O desprezo puro e simples. A ignorância propositada perante as traquinices vindouras. Deste modo, e tal como o francelho sobranceiro, até os media serão forçados a ignorá-lo.
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
E aos costumes disse nada.
Afinal a montanha pariu um murganho. A presidente da Comissão Política do PSD esteve um mês em silêncio para, em dia de Red Bull Air Race, embalar os portugueses num monótono, sonolento e previsível discurso sobre o estado da nação. Com efeito, e em contraponto com a adrenalina da frenética corrida aérea no Douro, Manuela Ferreira Leite (MFL) surge pastosa, indolente e com uma mensagem insípida sem qualquer laivo de novidade – aos costumes disse nada.
MFL foi igual à imagem que temos dela: uma mulher sem sal, sem graça, tentando passar a ideia de que tudo o que é popular, alegre e desinibido não passa de brejeirices provincianas, impróprias de uma classe política (elitista, centralista e colonialista) que deambula nos poderosos corredores macrocéfalos lisboetas, e da qual MFL orgulhosamente afirma ser elemento integrante.
Nesse percurso elitista, MFL rodeia-se de um círculo de quadraturas, que servilmente se colocam de cócoras, à espera de um lugarzinho elegível nas listas para a próxima Assembleia da República. Sem qualquer tipo de pudor, essas quadraturas louvam e enaltecem, sem espírito crítico, todas as acções da líder. Esta, por sua vez, convence-se que está certa. Está pois traçado o caminho do fracasso.
O PSD é um partido basista. A sua base de apoio é sobretudo constituída por homens e mulheres simples, alegres e joviais. Homens e mulheres que sabem o que querem e o que é melhor para a sua comunidade, para a sua região, para o seu país. Homens e mulheres que não têm medo de estar com e nas massas populares. Homens e mulheres que ousam sonhar e que ousam agir.
Portugal não começa nem acaba no Orçamento de Estado. MFL se quiser sobreviver enquanto líder do PSD tem de compreender as aspirações dos homens e das mulheres deste país, aspirações essas que não se circunscrevem apenas ao esforço de contenção orçamental. As aspirações dos portugueses passam por um conjunto de reformas da estrutura do sistema político (e não apenas de reformas na estrutura) que só é possível com uma profunda revisão constitucional.
Portugal necessita de uma outra Constituição. Por isso é imperioso que MFL assuma um papel proactivo e coloque, desde já, na agenda política o tema da revisão constitucional. Ao ser o primeiro partido a colocar no centro da discussão política nacional a questão da revisão constitucional, o PSD surgiria aos portugueses com uma inovação importante e com uma imagem renovada de partido realmente interventivo e com real vocação de poder. Só não sei se MFL o quererá fazer.
Rui Pereira de Freitas
08/09/2008
MFL foi igual à imagem que temos dela: uma mulher sem sal, sem graça, tentando passar a ideia de que tudo o que é popular, alegre e desinibido não passa de brejeirices provincianas, impróprias de uma classe política (elitista, centralista e colonialista) que deambula nos poderosos corredores macrocéfalos lisboetas, e da qual MFL orgulhosamente afirma ser elemento integrante.
Nesse percurso elitista, MFL rodeia-se de um círculo de quadraturas, que servilmente se colocam de cócoras, à espera de um lugarzinho elegível nas listas para a próxima Assembleia da República. Sem qualquer tipo de pudor, essas quadraturas louvam e enaltecem, sem espírito crítico, todas as acções da líder. Esta, por sua vez, convence-se que está certa. Está pois traçado o caminho do fracasso.
O PSD é um partido basista. A sua base de apoio é sobretudo constituída por homens e mulheres simples, alegres e joviais. Homens e mulheres que sabem o que querem e o que é melhor para a sua comunidade, para a sua região, para o seu país. Homens e mulheres que não têm medo de estar com e nas massas populares. Homens e mulheres que ousam sonhar e que ousam agir.
Portugal não começa nem acaba no Orçamento de Estado. MFL se quiser sobreviver enquanto líder do PSD tem de compreender as aspirações dos homens e das mulheres deste país, aspirações essas que não se circunscrevem apenas ao esforço de contenção orçamental. As aspirações dos portugueses passam por um conjunto de reformas da estrutura do sistema político (e não apenas de reformas na estrutura) que só é possível com uma profunda revisão constitucional.
Portugal necessita de uma outra Constituição. Por isso é imperioso que MFL assuma um papel proactivo e coloque, desde já, na agenda política o tema da revisão constitucional. Ao ser o primeiro partido a colocar no centro da discussão política nacional a questão da revisão constitucional, o PSD surgiria aos portugueses com uma inovação importante e com uma imagem renovada de partido realmente interventivo e com real vocação de poder. Só não sei se MFL o quererá fazer.
Rui Pereira de Freitas
08/09/2008
Bares e Restaurante na RAM
Veio um responsável pela Mesa do Similares de Hotelaria da principal associação empresarial da RAM, afirmar nas páginas de um jornal que existe um número demasiadamente elevado de estabelecimentos de alimentação e bebidas a operar na Região.
Bares, restaurantes e afins, são unidades de negócio que não constituem um sector de importância estratégica fundamental para a economia regional. Assim sendo, aplica-se, neste caso, as regras normais de mercado, pelo que a sua limitação legal em número constitui um perfeito disparate.
Estamos em presença de um sector onde a concorrência é um factor determinante para a satisfação dos clientes consumidores. O número de estabelecimentos "per si" não constitui neste caso qualquer problema.
O que é importante, mesmo fundamental, é a REGULAMENÇÃO do sector pelas entidades públicas competentes. Repito, essa regulamentação não pode ser nunca em relação ao número de estabelecimentos, mas, isso sim, ao nível das CONDIÇÕES DE ACESSO para o exercício da actividade.
O que importa é criar um quadro regulamentar do sector que actue a dois níveis:
a) Condições logísticas e estruturais
b) Condições de performance (competências profissionais)
Ao nível das condições logísticas e estruturais, serão determinantes todas as condições físicas (instalações e equipamentos) para que um estabelecimento possa legalmente ser autorizado a exercer a sua actividade (penso que já existe legislação regulamentar sobre o assunto).
Ao nível das condições de performance é que, e salvo erro, não existe qualquer regulamentação estruturante para o sector. É pois necessário, e rapidamente, legislar sobre o assunto, nomeadamente,
a) Quem é que pode dirigir um estabelecimento de serviços de alimentação e bebidas? Que competências profissionais certificadas deverá possuir? Como poderá obter o respectivo CAP – Certificado de Aptidão Profissional
b) Quem é que pode trabalhar num estabelecimento de serviços de alimentação e bebidas? Que competências profissionais certificadas deverá possuir? Como poderá obter o respectivo CAP?
c) Em que moldes se poderá garantir a qualidade alimentar num determinado estabelecimento? Quais os estabelecimentos em que a concepção e aplicação permanente de um plano de controlo dos pontos críticos (HACCP) deverá ser obrigatório?
A regulamentação clara das condições logísticas e de performance será suficiente para impor um processo de selectividade adequado no sector. Existindo já o organismo fiscalizador (IRAE – Inspecção Regional das Actividades Económicas), organismos certificadores de competências e entidades formadoras certificadas, não se prevê dificuldades em dar por finda esta polémica. Haja bom senso e vontade política.
Rui Pereira de Freitas
Bares, restaurantes e afins, são unidades de negócio que não constituem um sector de importância estratégica fundamental para a economia regional. Assim sendo, aplica-se, neste caso, as regras normais de mercado, pelo que a sua limitação legal em número constitui um perfeito disparate.
Estamos em presença de um sector onde a concorrência é um factor determinante para a satisfação dos clientes consumidores. O número de estabelecimentos "per si" não constitui neste caso qualquer problema.
O que é importante, mesmo fundamental, é a REGULAMENÇÃO do sector pelas entidades públicas competentes. Repito, essa regulamentação não pode ser nunca em relação ao número de estabelecimentos, mas, isso sim, ao nível das CONDIÇÕES DE ACESSO para o exercício da actividade.
O que importa é criar um quadro regulamentar do sector que actue a dois níveis:
a) Condições logísticas e estruturais
b) Condições de performance (competências profissionais)
Ao nível das condições logísticas e estruturais, serão determinantes todas as condições físicas (instalações e equipamentos) para que um estabelecimento possa legalmente ser autorizado a exercer a sua actividade (penso que já existe legislação regulamentar sobre o assunto).
Ao nível das condições de performance é que, e salvo erro, não existe qualquer regulamentação estruturante para o sector. É pois necessário, e rapidamente, legislar sobre o assunto, nomeadamente,
a) Quem é que pode dirigir um estabelecimento de serviços de alimentação e bebidas? Que competências profissionais certificadas deverá possuir? Como poderá obter o respectivo CAP – Certificado de Aptidão Profissional
b) Quem é que pode trabalhar num estabelecimento de serviços de alimentação e bebidas? Que competências profissionais certificadas deverá possuir? Como poderá obter o respectivo CAP?
c) Em que moldes se poderá garantir a qualidade alimentar num determinado estabelecimento? Quais os estabelecimentos em que a concepção e aplicação permanente de um plano de controlo dos pontos críticos (HACCP) deverá ser obrigatório?
A regulamentação clara das condições logísticas e de performance será suficiente para impor um processo de selectividade adequado no sector. Existindo já o organismo fiscalizador (IRAE – Inspecção Regional das Actividades Económicas), organismos certificadores de competências e entidades formadoras certificadas, não se prevê dificuldades em dar por finda esta polémica. Haja bom senso e vontade política.
Rui Pereira de Freitas
“(…) as eleições na Madeira (…) foram um exercício inútil.”
“(…) as eleições na Madeira (…) foram um exercício inútil.”
Vitalino Canas, RTP, após o anúncio pelos diferentes media das primeiras projecções eleitorais.
Inicio o meu comentário aos resultados eleitorais para a ALR da Madeira citando Vitalino Canas, dirigente nacional do Partido Socialista. Confesso que, se não tivesse assistido em directo pela RTP a este comentário, teria dificuldade em acreditar que um dirigente político, com responsabilidades nacionais a tivesse proferido.
Trata-se de uma afirmação hedionda que revela o mais ignóbil sentimento de macrocefalia colonialista lisboeta. Vitalino Canas, falando na qualidade de porta-voz do Partido Socialista, não emite apenas a sua opinião, mas antes, a posição oficial do partido político que sustenta o Governo da República. Por isso essa afirmação é duplamente grave!
Grave, porque o Partido Socialista, de forma explícita e sem deixar dúvidas, entende que a vontade de uma parte da população portuguesa é inútil, é irrelevante e politicamente sem interesse.
Grave, porque já nem sequer disfarça ao abrigo de uma conduta “politicamente correcta” o habitual e repugnante modelo conceptual de óbvia opressão colonialista inerente à condição de “bom socialista” do Largo do Rato.
Na declaração de vitória, Alberto João Jardim, numa atitude eloquente e de Estado, apelou ao bom senso e à retoma do diálogo institucional. A resposta a esta abertura democrática não se fez esperar por parte de Vitalino Canas e do partido do Governo da República: a Madeira é inútil, não interessa e é politicamente desprezível.
Ficamos todos a saber o que pensam os inteligentes e iluminados socialistas da capital sobre o que se passa numa parcela de Portugal que não lhes é politicamente afecta.
Ficamos todos a saber que os socialistas lisboetas, numa situação explícita de derrota humilhante, não conseguem controlar racionalmente os impulsos subconscientes, deixando emergir o material instintivo recalcado, apresentando-se sem pudor enquanto centralistas à moda de Estaline, olhando sobranceiramente, com asco e desprezo, para nós pobres escravos madeirenses.
Perante actos óbvios de ocupação colonial, os escravos poderão um dia não tolerar mais o intolerável.
Vitalino Canas, RTP, após o anúncio pelos diferentes media das primeiras projecções eleitorais.
Inicio o meu comentário aos resultados eleitorais para a ALR da Madeira citando Vitalino Canas, dirigente nacional do Partido Socialista. Confesso que, se não tivesse assistido em directo pela RTP a este comentário, teria dificuldade em acreditar que um dirigente político, com responsabilidades nacionais a tivesse proferido.
Trata-se de uma afirmação hedionda que revela o mais ignóbil sentimento de macrocefalia colonialista lisboeta. Vitalino Canas, falando na qualidade de porta-voz do Partido Socialista, não emite apenas a sua opinião, mas antes, a posição oficial do partido político que sustenta o Governo da República. Por isso essa afirmação é duplamente grave!
Grave, porque o Partido Socialista, de forma explícita e sem deixar dúvidas, entende que a vontade de uma parte da população portuguesa é inútil, é irrelevante e politicamente sem interesse.
Grave, porque já nem sequer disfarça ao abrigo de uma conduta “politicamente correcta” o habitual e repugnante modelo conceptual de óbvia opressão colonialista inerente à condição de “bom socialista” do Largo do Rato.
Na declaração de vitória, Alberto João Jardim, numa atitude eloquente e de Estado, apelou ao bom senso e à retoma do diálogo institucional. A resposta a esta abertura democrática não se fez esperar por parte de Vitalino Canas e do partido do Governo da República: a Madeira é inútil, não interessa e é politicamente desprezível.
Ficamos todos a saber o que pensam os inteligentes e iluminados socialistas da capital sobre o que se passa numa parcela de Portugal que não lhes é politicamente afecta.
Ficamos todos a saber que os socialistas lisboetas, numa situação explícita de derrota humilhante, não conseguem controlar racionalmente os impulsos subconscientes, deixando emergir o material instintivo recalcado, apresentando-se sem pudor enquanto centralistas à moda de Estaline, olhando sobranceiramente, com asco e desprezo, para nós pobres escravos madeirenses.
Perante actos óbvios de ocupação colonial, os escravos poderão um dia não tolerar mais o intolerável.
A sucessão de Alberto João Jardim
Acredito que sim. Infelizmente acredito que Alberto João Jardim vai abandonar a governação durante o decorrer do actual mandato.
Era eu adolescente quando o homem pegou nas rédeas da condução do governo e, para além de toda a infra-estruturação material que está à vista de todos, devolveu-nos o orgulho de sermos madeirenses.
No meu humilde ponto de vista, apenas cometeu dois pecados mortais (os pecados veniais no presente caso não interessam nada!).
Por um lado, o seu estilo de liderança carismático, se bem que adequado e efectivo na generalidade das situações políticas e da acção governamental, teve como efeito perverso o fenómeno da “eucaliptação” - secou tudo e todos à sua volta no que respeita a eventuais sucessores.
O seu segundo pecado mortal relaciona-se com a sua incapacidade de identificar e eliminar uma corja de “lambebotistas” que populam em seu redor com o único interesse de incorporarem avidamente no seu já vasto património pessoal, todas as benesses, aparas e lingotes de ouro, que a proximidade do poder lhes proporciona.
E agora? O homem diz que se vai embora em 2011 (se não o for antes) e que é necessário preparar com serenidade e inteligência a anunciada transição de liderança.
É obvio que é fundamental preparar a inevitável transição, pois esta será sempre um processo penoso e doloroso. Mais, será caótico, se os chamados "delfins" iniciarem sem tréguas as previstas hostilidades fratricidas.
Anunciada que está a saída do Governo Regional de Alberto João Jardim, (não é por acaso que este o anunciou com, pelo menos, quatro anos de antecedência) esta é a altura própria e a mais adequada para o surgimento corajoso e sem ambiguidades de candidatos à liderança do Partido. Os militantes do PPD/PSD Madeira necessitam saber desde já os nomes e os projectos daqueles que se propõem a conduzir o partido na era pós Jardim.
Comecem pois, delfins ou proto-delfins, por dar aos militantes um exemplo de coragem política. Apareçam de cara levantada e digam para quem quiser ouvir "Eu sou candidato à Presidência do PPD/PSD Madeira!" Se não o fizerem, num momento de psicose maníaca, posso eu próprio vir a faze-lo.
Era eu adolescente quando o homem pegou nas rédeas da condução do governo e, para além de toda a infra-estruturação material que está à vista de todos, devolveu-nos o orgulho de sermos madeirenses.
No meu humilde ponto de vista, apenas cometeu dois pecados mortais (os pecados veniais no presente caso não interessam nada!).
Por um lado, o seu estilo de liderança carismático, se bem que adequado e efectivo na generalidade das situações políticas e da acção governamental, teve como efeito perverso o fenómeno da “eucaliptação” - secou tudo e todos à sua volta no que respeita a eventuais sucessores.
O seu segundo pecado mortal relaciona-se com a sua incapacidade de identificar e eliminar uma corja de “lambebotistas” que populam em seu redor com o único interesse de incorporarem avidamente no seu já vasto património pessoal, todas as benesses, aparas e lingotes de ouro, que a proximidade do poder lhes proporciona.
E agora? O homem diz que se vai embora em 2011 (se não o for antes) e que é necessário preparar com serenidade e inteligência a anunciada transição de liderança.
É obvio que é fundamental preparar a inevitável transição, pois esta será sempre um processo penoso e doloroso. Mais, será caótico, se os chamados "delfins" iniciarem sem tréguas as previstas hostilidades fratricidas.
Anunciada que está a saída do Governo Regional de Alberto João Jardim, (não é por acaso que este o anunciou com, pelo menos, quatro anos de antecedência) esta é a altura própria e a mais adequada para o surgimento corajoso e sem ambiguidades de candidatos à liderança do Partido. Os militantes do PPD/PSD Madeira necessitam saber desde já os nomes e os projectos daqueles que se propõem a conduzir o partido na era pós Jardim.
Comecem pois, delfins ou proto-delfins, por dar aos militantes um exemplo de coragem política. Apareçam de cara levantada e digam para quem quiser ouvir "Eu sou candidato à Presidência do PPD/PSD Madeira!" Se não o fizerem, num momento de psicose maníaca, posso eu próprio vir a faze-lo.
A Imagem da Madeira, Região Autónoma
Não há dúvida que se tem assistido, em certa comunicação social do continente, a um constante denegrir da imagem da Madeira sobretudo utilizando as atitudes e comportamentos do Dr. Alberto João Jardim (AJJ). No limite, esse tipo de mensagens jornalísticas tenta passar a ideia que a Madeira é o AJJ, e que o AJJ é a Madeira.
A motivação para essa intoxicação anti Madeira é de natureza política e não económica. Devido a um fenómeno social que não consigo entender, o facto é que, na macrocéfala Lisboa, falar mal da Madeira e de AJJ dá prestígio e, sobretudo, parece dar votos.
De norte a sul do continente português, e com especial incidência na intelectual Lisboa, A Madeira é vista como a região que suga, absorve e rouba recursos financeiros a Lisboa.
Essa imagem negativa está já cristalizada na opinião pública portuguesa e dificilmente qualquer campanha de marketing fará alterar essa situação.
O actual governo da república e o partido que o sustenta tenta a todo o custo tirar dividendos dessa situação, ou pior, parece querer fazer prevalecer essa imagem junto da opinião pública continental.
Tal estratégia é deveras perigosa para a unidade nacional. Num horizonte de curto prazo até pode ser útil para o fortalecimento político partidário do governo da república. A médio e a longo prazo constitui o rastilho para a emergência de perigosos ideais separatistas, quer na Região quer no continente. Na verdade já não suporto ouvir, aquando das minhas deslocações a Lisboa, a estúpida provocação que invariavelmente me dirigem "Oh madeirense, quando é que me devolves o dinheiro que te tenho enviado?"
Rui Pereira de Freitas
A motivação para essa intoxicação anti Madeira é de natureza política e não económica. Devido a um fenómeno social que não consigo entender, o facto é que, na macrocéfala Lisboa, falar mal da Madeira e de AJJ dá prestígio e, sobretudo, parece dar votos.
De norte a sul do continente português, e com especial incidência na intelectual Lisboa, A Madeira é vista como a região que suga, absorve e rouba recursos financeiros a Lisboa.
Essa imagem negativa está já cristalizada na opinião pública portuguesa e dificilmente qualquer campanha de marketing fará alterar essa situação.
O actual governo da república e o partido que o sustenta tenta a todo o custo tirar dividendos dessa situação, ou pior, parece querer fazer prevalecer essa imagem junto da opinião pública continental.
Tal estratégia é deveras perigosa para a unidade nacional. Num horizonte de curto prazo até pode ser útil para o fortalecimento político partidário do governo da república. A médio e a longo prazo constitui o rastilho para a emergência de perigosos ideais separatistas, quer na Região quer no continente. Na verdade já não suporto ouvir, aquando das minhas deslocações a Lisboa, a estúpida provocação que invariavelmente me dirigem "Oh madeirense, quando é que me devolves o dinheiro que te tenho enviado?"
Rui Pereira de Freitas
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Mediocridade: Inveja ou Ciúme?
A mediocridade não é mais do que o processo que se constitui pelo sentimento em relação ao mérito dos outros: traduz-se na inveja e emerge socialmente pelo ciúme.
A inveja não é ódio. Pode-se odiar pessoas, animais ou coisas mas só se pode invejar pessoas. O ódio pode, eventualmente ser justo (ou não), a inveja é sempre injusta pois o mérito e a prosperidade não afecta negativamente nem causa dano a ninguém.
O sentimento de inveja, surge assim, como o elemento desprezível que o “invejoso” sente pelo mérito dos outros, é a “chapada”[1] que recebe pela glória alheia, é o veneno que lhe corrói o espírito, revelador da sua própria insignificância.
Todo aquele que inveja não faz mais do que demonstrar socialmente a sua mesquinhez, rebaixando-se sem o dar conta da sua condição de subalterno, da sua inferioridade e da sua nudez espiritual e intelectual.
Ninguém, mas mesmo ninguém, reconhece ser invejoso. Como disse acima, isso seria reconhecer-se inferior ao invejado pelo que se recorre invariavelmente a todos os artifícios para ocultar a sua desprezível inveja. O invejoso sofre pelos sucessos dos outros e rejubila pelos seus fracassos.
A inveja torna-se logicamente na consequência psicológica da auto-consciência de que se é inferior. Transforma-se num tormento. Assim, o invejoso torneia esse sentimento evitando que os outros (hierarquias incluídas) se aproximem deles e possam descobrir a sua nudez de espírito. A inveja assume um papel de escudo defensivo mesmo quando, em fugazes sucessos, temem que as vozes interiores lhes gritem que os usurparam porque não os merecem.
A sabedoria, a força e a beleza constituem pilares ou colunas que se desejariam ver-se reflectidos em todas as coisas e em todos os actos bem como intensificados em todas as intervenções humanas. A mediocridade não tem aqui lugar, pois toda a inveja é subjugada e toda a superioridade é admirada.
Rui Pereira de Freitas
[1] Termo madeirense que significa bofetada forte, dada com intenção deliberada.
A inveja não é ódio. Pode-se odiar pessoas, animais ou coisas mas só se pode invejar pessoas. O ódio pode, eventualmente ser justo (ou não), a inveja é sempre injusta pois o mérito e a prosperidade não afecta negativamente nem causa dano a ninguém.
O sentimento de inveja, surge assim, como o elemento desprezível que o “invejoso” sente pelo mérito dos outros, é a “chapada”[1] que recebe pela glória alheia, é o veneno que lhe corrói o espírito, revelador da sua própria insignificância.
Todo aquele que inveja não faz mais do que demonstrar socialmente a sua mesquinhez, rebaixando-se sem o dar conta da sua condição de subalterno, da sua inferioridade e da sua nudez espiritual e intelectual.
Ninguém, mas mesmo ninguém, reconhece ser invejoso. Como disse acima, isso seria reconhecer-se inferior ao invejado pelo que se recorre invariavelmente a todos os artifícios para ocultar a sua desprezível inveja. O invejoso sofre pelos sucessos dos outros e rejubila pelos seus fracassos.
A inveja torna-se logicamente na consequência psicológica da auto-consciência de que se é inferior. Transforma-se num tormento. Assim, o invejoso torneia esse sentimento evitando que os outros (hierarquias incluídas) se aproximem deles e possam descobrir a sua nudez de espírito. A inveja assume um papel de escudo defensivo mesmo quando, em fugazes sucessos, temem que as vozes interiores lhes gritem que os usurparam porque não os merecem.
A sabedoria, a força e a beleza constituem pilares ou colunas que se desejariam ver-se reflectidos em todas as coisas e em todos os actos bem como intensificados em todas as intervenções humanas. A mediocridade não tem aqui lugar, pois toda a inveja é subjugada e toda a superioridade é admirada.
Rui Pereira de Freitas
[1] Termo madeirense que significa bofetada forte, dada com intenção deliberada.
A humilde sapiência
As lágrimas de crocodilo são normalmente atribuídas a uma falsa humildade...Alguém com um instinto atroz e devorador pretende, num acto de auto comiseração, penitenciar-se da intenção, ou efectivamente de um facto deliberado, de aglutinar digestivamente um conceito ou um corpo carnudo de alguém.
Com efeito, dizem os etologistas, o crocodilo derrama umas lágrimas límpidas quando devora entusiasticamente uma das suas presas. A questão é saber se essas lágrimas são resultado de um supremo prazer gastronómico ou da comiseração de eliminar uma vida.
Costumo interrogar-me sobre, no actual tabuleiro da praxis política, qual verdadeiro sentido das lágrimas derramadas...
Rui Pereira de Freitas
Com efeito, dizem os etologistas, o crocodilo derrama umas lágrimas límpidas quando devora entusiasticamente uma das suas presas. A questão é saber se essas lágrimas são resultado de um supremo prazer gastronómico ou da comiseração de eliminar uma vida.
Costumo interrogar-me sobre, no actual tabuleiro da praxis política, qual verdadeiro sentido das lágrimas derramadas...
Rui Pereira de Freitas
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