Os
predadores/caçadores
Entramos definitivamente em época venatória. Não da caça à
perdiz, mas da caça ao voto! E este ano a época vale por três … ou melhor, por
duas, já que as “europeias” já lá foram!
É por isso que nós, comuns cidadãos, sentimo-nos completa e
continuamente acossados por uma horda de predadores políticos. Surgem de
rompante, de caninos salivados bem à mostra, rosnando promessas, cargos e
prebendas para nos fazer crer que, com eles, o paraíso é possível no seio de um
mundo feito de aconchego, pleno de leite e de mel.
A fartura prometida no vómito discursivo dos
predadores vai sempre ao encontro das necessidades e expetativas dos eleitores.
Estes, geralmente, em estado de carência e de penúria, transformam-se em presas
suculentas dos que ambicionam manter ou conquistar o poder a todo o custo. Mantendo
ainda uma réstia de esperança num futuro melhor, os pobres eleitores tendem a
sucumbir perante o ego exacerbado do predador e, ingenuamente, prometem-lhe lealdade
eterna e voto certo!
Conseguido o voto, o predador assume desde logo a sua
posição altiva. O eleitor passa automaticamente à condição de “inútil perfeitamente
dispensável” e é olhado com asco e desprezo pelo eleito, agora gordo e plenamente
saciado pelas mordomias que as orgias do poder lhe confere.
E ficamos nisto! Em ciclos contínuos e repetitivos que a
chamada “democracia parlamentar” teima em mantê-los permanentes e imutáveis for
forma a impedir alterações do “Status Quo” e evitar qualquer alternância de
papeis entre caçadores e caçados, entre predadores e presas. Agora é que a vida
vai melhorar … sempre para os mesmos!
Rui Pereira de Freitas