segunda-feira, 10 de junho de 2019



Os predadores/caçadores

Entramos definitivamente em época venatória. Não da caça à perdiz, mas da caça ao voto! E este ano a época vale por três … ou melhor, por duas, já que as “europeias” já lá foram!

É por isso que nós, comuns cidadãos, sentimo-nos completa e continuamente acossados por uma horda de predadores políticos. Surgem de rompante, de caninos salivados bem à mostra, rosnando promessas, cargos e prebendas para nos fazer crer que, com eles, o paraíso é possível no seio de um mundo feito de aconchego, pleno de leite e de mel.

A fartura prometida no vómito discursivo dos predadores vai sempre ao encontro das necessidades e expetativas dos eleitores. Estes, geralmente, em estado de carência e de penúria, transformam-se em presas suculentas dos que ambicionam manter ou conquistar o poder a todo o custo. Mantendo ainda uma réstia de esperança num futuro melhor, os pobres eleitores tendem a sucumbir perante o ego exacerbado do predador e, ingenuamente, prometem-lhe lealdade eterna e voto certo!

Conseguido o voto, o predador assume desde logo a sua posição altiva. O eleitor passa automaticamente à condição de “inútil perfeitamente dispensável” e é olhado com asco e desprezo pelo eleito, agora gordo e plenamente saciado pelas mordomias que as orgias do poder lhe confere.

E ficamos nisto! Em ciclos contínuos e repetitivos que a chamada “democracia parlamentar” teima em mantê-los permanentes e imutáveis for forma a impedir alterações do “Status Quo” e evitar qualquer alternância de papeis entre caçadores e caçados, entre predadores e presas. Agora é que a vida vai melhorar … sempre para os mesmos!



Rui Pereira de Freitas