terça-feira, 4 de março de 2014


A PROPÓSITO DE UM TAL JOSÉ “ZECA” MENDONÇA

Existem Zecas e Zecas.
Este Zeca, de pontapé e de cabeça perdida, agrediu um fotojornalista. Se tinha alguma razão de queixa do comportamento do profissional em questão, perdeu-a definitivamente. É um caso de ética e de polícia.
Mas existem outros “Zecas”. Aqueles que agredindo jornalistas e outros difusores de factos e de opiniões, não o fazem a pontapé físico. Fazem-no subtilmente com pontapés afetivo-emocionais, atingindo não a caneleira, mas os genitais da honra e da verticalidade de quem se lhes opõe.
Fazem-no escondidos atrás do manto do poder intolerante, da imunidade a que têm direito, da inimputabilidade que, paulatinamente, se lhes foi ficando associada perante sucessivos desvarios de análise.
O pontapé desses “Zecas” que, por medo ou cobardia intelectual, abominam e rechaçam o contraditório e se posicionam enquanto centro absoluto da envolvente universal, é muito mais doloroso: não visa apenas a pele e o osso mas, sobretudo, o cerne da consciência e o ponto nodal do livre arbítrio.
Coitado do Zeca Mendonça (circula por aí que este registo de agressividade não faz parte do seu habitual reportório comportamental). O Assessor vai sofrer as piores reprimendas. No entanto, paradoxalmente, vai relançar o debate público sobre os limites do despudor repressivo em relação ao direito de “opinião divergente”. Que venha esse debate!

Rui Pereira de Freitas