Responsabilidades
Lamentável! É lamentável o sacudir das responsabilidades por
parte de quem é protagonista!
Responsabilidades pelo estado de penúria, de pobreza e de
desespero que toda uma Região atravessa.
E atravessa sobretudo devido a ambições desmesuradas de uma
elite instalada no gamelão do poder que, sem critério válido e com despudor
óbvio, vêm infligindo com requintes de malvadez aos comuns “patas rapadas”. É a
receita do “comes ou calas”, próprio da democracia musculada que, ao longo das
décadas, fomos consciente ou inconscientemente sufragando.
Ao que dizem, a responsabilidade da falência da autonomia
política e financeira que hoje experienciamos é, alucinadamente, atribuída a
uma Constituição da República inadequada e obsoleta. É falso!
Dou de barato que a atual Constituição da Republica
necessita de ser melhorada (e muito!). Não posso é admitir que se pretenda
fazer crer que a Constituição é o elemento diabólico que inibe o sucesso e que
tudo estorva. E, muito menos, que assuma o papel de bode expiatório para o
evidente fracasso de toda uma linha estratégica de desenvolvimento regional
assente apenas e sobretudo no primado do investimento público, alicerçado na
fileira da construção civil e obras públicas.
Repudio, por ser demagógica e irresponsável, a tese da necessidade
imperiosa de constituir dívida pública para o aproveitamento do “dinheiro de
graça” oriundo dos cofres europeus. A constituição de dívida pública só é
justificável se cair dentro do intervalo financeiro da sustentabilidade e nunca
como justificação para fazer emergir todo um conjunto de opções de infraestruturação
material que, à partida eram evidentemente reconhecidas como obras inúteis, obscenas
e perfeitamente dispensáveis.
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