segunda-feira, 14 de julho de 2014






Responsabilidades

Lamentável! É lamentável o sacudir das responsabilidades por parte de quem é protagonista!
Responsabilidades pelo estado de penúria, de pobreza e de desespero que toda uma Região atravessa.

E atravessa sobretudo devido a ambições desmesuradas de uma elite instalada no gamelão do poder que, sem critério válido e com despudor óbvio, vêm infligindo com requintes de malvadez aos comuns “patas rapadas”. É a receita do “comes ou calas”, próprio da democracia musculada que, ao longo das décadas, fomos consciente ou inconscientemente sufragando.

Ao que dizem, a responsabilidade da falência da autonomia política e financeira que hoje experienciamos é, alucinadamente, atribuída a uma Constituição da República inadequada e obsoleta. É falso!

Dou de barato que a atual Constituição da Republica necessita de ser melhorada (e muito!). Não posso é admitir que se pretenda fazer crer que a Constituição é o elemento diabólico que inibe o sucesso e que tudo estorva. E, muito menos, que assuma o papel de bode expiatório para o evidente fracasso de toda uma linha estratégica de desenvolvimento regional assente apenas e sobretudo no primado do investimento público, alicerçado na fileira da construção civil e obras públicas. 

Repudio, por ser demagógica e irresponsável, a tese da necessidade imperiosa de constituir dívida pública para o aproveitamento do “dinheiro de graça” oriundo dos cofres europeus. A constituição de dívida pública só é justificável se cair dentro do intervalo financeiro da sustentabilidade e nunca como justificação para fazer emergir todo um conjunto de opções de infraestruturação material que, à partida eram evidentemente reconhecidas como obras inúteis, obscenas e perfeitamente dispensáveis. 

www.francelho.blogspot.pt