terça-feira, 19 de junho de 2012

A Inveja


Nestes dias que correm sofro (e muito!) as agruras da crise impostas sabe-se lá por quem. Não conheço nem tenho qualquer relação pessoal ou profissional com os elementos do Conselho de Administração (CA) da EDP. Também não sou cliente da EDP! Mas a foto acima, que retirei do Facebook, é imoral e tresanda a coscovilhice! Os vários comentários a esse "post" plasmados nessa rede social, enojaram-me!

É por "estas e por outras"  que afirmo estar a sociedade portuguesa, compulsivamente, a esbarrar perigosamente naquilo que já não é denúncia social, mas sim, na mais pura e vil inveja. Se este CA recebe o que a notícia diz que recebe, então é porque os acionistas o permitem. E se o permitem é porque esperam ter retorno através do desempenho desse CA. A EDP é uma empresa privada e as remunerações do seu CA apenas dizem respeito aos seus donos (acionistas) e eventualmente ao seu Conselho de Remunerações, se é que tal estrutura existe… Que eu saiba, os chineses (principais acionistas) não são assim tão “mãos largas”!



É óbvio que eu gostaria muito de pertencer a esse CA. Mas, humildemente, reconheço que não tenho o curriculum nem as competências necessárias para isso!


Deixem de ser invejosos e, por favor, permitam que as pessoas competentes desempenhem os seus papéis organizacionais sendo remuneradas de acordo com o retorno que produzem.


Nesta ocasião, retomo a reflexão que neste blogue já publiquei sob o título de “Mediocridade: Inveja ou Ciúme?” Agora, tal como nessa altura quero reafirmar que o sentimento de inveja atualmente muito em voga, não é mais do que o elemento desprezível que o “invejoso” sente pelo mérito dos outros: é a “chapada” que recebe pela glória alheia. É o veneno que lhe corrói o espírito. O invejoso sofre pelos sucessos dos outros e rejubila pelos seus fracassos.


Todo aquele que inveja não faz mais do que demonstrar socialmente a sua mesquinhez, rebaixando-se, sem o dar conta, da sua condição de subalterno, da sua inferioridade e da sua nudez espiritual e intelectual.


Ninguém, mas mesmo ninguém, reconhece ser invejoso. Como disse acima, isso seria reconhecer-se inferior ao invejado pelo que invariavelmente recorre demagogicamente a todos os artifícios para ocultar a sua desprezível inveja.
A inveja torna-se na consequência psicológica do reconhecimento de que se é inferior. Transforma-se num tormento. O invejoso torneia esse sentimento evitando que os outros (hierarquias incluídas) se aproximem deles e lhe possam descobrir a sua imbecilidade. A inveja assume um papel de escudo defensivo mesmo quando, em eventuais e fugazes sucessos, temem que as vozes interiores lhes mostrem que os usurparam porque não os merecem.


A sabedoria, a força e a beleza constituem colunas ou pilares intelectuais que se desejariam ver-se refletidos nas coisas e nos atos, bem como intensificados em todas as intervenções humanas. A mediocridade não tem aqui lugar, pois toda a inveja é subjugada e toda a superioridade é admirada.


… Ou acham, por exemplo, que a Direção do Real Madrid pensa ser demasiado os mais de cem milhões de euros que paga mensalmente ao Cristiano Ronaldo (CR) para jogar sob o seu emblema? Na verdade o retorno do CR ao Real Madrid é bem superior ao que lhe pagam! Então onde está o problema do CR ganhar tanto? Só na inveja dos incompetentes e dos ressabiados da vida!