quarta-feira, 2 de julho de 2014


O Locus de Controlo

Ninguém é perfeito!

Todos nós experimentamos momentos em que objetivamente reconhecemos que a nossa escolha (ou a nossa decisão) não foi a mais adequada para o objectivo pretendido. Ou seja, reconhecemos que errámos!

Errar é humano, dizem. Mas errar sistematicamente é teimosia! E insistir no erro constitui irresponsabilidade!

Acontece que na doméstica política regional, a irresponsabilidade parece, atualmente, constituir norma e regra. Os erros óbvios das decisões e escolhas políticas da última década foram sistematicamente sacudidos para a esfera dos oníricos fantasmas que pretensamente emergem nos bodes expiatórios do regime: a maçonaria, os ingleses, a madeira velha, e, quiçá, os extraterrestres associados à Trilateral ou ao grupo de Bilderberg.

É típico da covardia política remeter para fatores externos o locus de controlo das decisões que aparentemente se revelam erradas: é como se admitisse que as “boas” escolhas políticas resultassem do mérito do decisor e que as decisões menos conseguidas não fossem do próprio mas sim o resultado da interferência externa e eventualmente abusiva de “outros malditos”.

Hoje o tempo é de reconciliação com os erros do passado. Assumi-los e acomodá-los nos nossos sistemas de aprendizagem para que o erro passado se transmute na lição para o futuro.

A soberba pseudointelectual manifesta naqueles que, estando no poder executivo nos últimos anos e que não souberam ou que não quiseram apresentar soluções, afigura-se-nos como a evidente constatação da existência de um conjunto de conceitos travestidos de idílicas soluções. Isto porque estão impedidos cognitivamente de entender que o modelo da praxis política que vem defendendo simplesmente se esgotou.

domingo, 29 de junho de 2014





Autonomia XXI.14

O documento Autonomia XXI.14, tal como tive acesso através do DN-Madeira, constitui um instrumento interessante para a análise da prospetiva política. Independentemente do alcance político da abordagem, é certo que avança com ideias interessantes (algumas mesmo fraturantes) e com alegada adequação e articulação com as prementes necessidades da evolvente sócio económica regional.


Trata-se de um documento aberto - dizem os seus promotores – pelo é suscetível de melhorias e de adaptações às singularidade e especificidades da conjuntura sociopolítica que a todo o tempo se vivencia na RAM. Num momento em que se adivinha uma luta, quase fratricida, pela liderança do PSD-M, esboços, propostas e rascunhos de um eventual embrião de um futuro programa de governo, terão necessariamente de serem bem-vindos – venham de onde vierem! 


A atual conjuntura política regional apela à discussão serena das principais questões que nos dizem respeito. Todos seremos poucos para colocarmos na mesa da discussão política a efetiva recuperação da autonomia política e financeira da Região. Há que recuperar essa Autonomia Política e Financeira que desvarios insanos e, posteriormente, o PAEF, retiraram da nossa esfera de influência e de decisão. 


Que se abra o debate para que se possam definir concretamente, e sem ambiguidades, as linhas estratégicas de orientação política para as próximas décadas!


Era só isto!