quarta-feira, 2 de julho de 2014


O Locus de Controlo

Ninguém é perfeito!

Todos nós experimentamos momentos em que objetivamente reconhecemos que a nossa escolha (ou a nossa decisão) não foi a mais adequada para o objectivo pretendido. Ou seja, reconhecemos que errámos!

Errar é humano, dizem. Mas errar sistematicamente é teimosia! E insistir no erro constitui irresponsabilidade!

Acontece que na doméstica política regional, a irresponsabilidade parece, atualmente, constituir norma e regra. Os erros óbvios das decisões e escolhas políticas da última década foram sistematicamente sacudidos para a esfera dos oníricos fantasmas que pretensamente emergem nos bodes expiatórios do regime: a maçonaria, os ingleses, a madeira velha, e, quiçá, os extraterrestres associados à Trilateral ou ao grupo de Bilderberg.

É típico da covardia política remeter para fatores externos o locus de controlo das decisões que aparentemente se revelam erradas: é como se admitisse que as “boas” escolhas políticas resultassem do mérito do decisor e que as decisões menos conseguidas não fossem do próprio mas sim o resultado da interferência externa e eventualmente abusiva de “outros malditos”.

Hoje o tempo é de reconciliação com os erros do passado. Assumi-los e acomodá-los nos nossos sistemas de aprendizagem para que o erro passado se transmute na lição para o futuro.

A soberba pseudointelectual manifesta naqueles que, estando no poder executivo nos últimos anos e que não souberam ou que não quiseram apresentar soluções, afigura-se-nos como a evidente constatação da existência de um conjunto de conceitos travestidos de idílicas soluções. Isto porque estão impedidos cognitivamente de entender que o modelo da praxis política que vem defendendo simplesmente se esgotou.

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