sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Caçadores, coelhos, lebres e outras espécies cinegéticas

Não tenho a certeza se um coelho é biologicamente considerado um “pequeno roedor”, pelo menos suficientemente pequeno para ser caçado por um francelho…
Na Madeira, existem francelhos em número ecologicamente razoável. Coelhos também.
Coelhos existem, no entanto, que são preocupações para algumas comunidades residentes. Por um lado temos os agricultores que, por vezes, desesperam pela voracidade deste roedor. Por outro lado, temos uma classe política em total alvoroço devido a umas traquinices (algumas de muito mau gosto, convenhamos) de um outro Coelho, o “Coelho da Assembleia”.
Admito que um relógio de desproporcionadas dimensões para ser usado enquanto objecto de uso pessoal e corrente, não se enquadra naquilo que é socialmente aceitável. No entanto esse exibicionismo fatela, à laia de protesto contra a limitação de tempo de intervenção na ALR, apenas define e qualifica quem o utiliza, isto é, qualifica de “palhaço” o utilizador e não ofende directa ou indirectamente os seus pares. Foi uma graça e, como diz o povo, “uma graça para ter graça uma vez basta”.
O mesmo se aplica quando o “Coelho da Assembleia” decidiu exibir-se em tons de veraneante havaiano, com cocktail, espreguiçadeira e chinelos, à frente da ALR a protestar contra qualquer coisa que sinceramente já não me lembro. O povo sorriu, achou graça e a coisa ficou por aí.
Um relógio de cozinha e uma camisa havaiana não constitui, por si só, material carregado de simbolismo susceptível de provocar reacções emocionais à generalidade das pessoas. O mesmo não acontece com a exibição de uma bandeira do regime nacional-socialista de Adolfo Hitler.
A atitude do “Coelho da Assembleia” ao desfraldar a suástica no seio do mais significativo órgão da autonomia madeirense merece censura pública. Merece mesmo uma exemplar censura pública!
Não sei, quer do ponto de vista jurídico quer do ponto de vista social, qual a melhor e mais adequada medida a aplicar ao “Coelho da Assembleia”:
A suspensão dos seus direitos de deputado parece não ser juridicamente aceitável, do mesmo modo que um estrondoso “par de estalos” se manifesta pouco consentâneo com a atitude humanista que se deseja socialmente dominante.
Que fazer então ao traquinas do “Coelho da Assembleia”? Interna-lo compulsivamente em estabelecimento psiquiátrico para prolongada psicoterapia? Seria uma adequada solução! Só que isso esbarraria com uma complexa teia de processos médico-jurídico-burocráticos cujo fim só se vislumbra lá para 2020…
Resta pois a solução política. O desprezo puro e simples. A ignorância propositada perante as traquinices vindouras. Deste modo, e tal como o francelho sobranceiro, até os media serão forçados a ignorá-lo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Os francelhos cada vez mais captam a atenção dos média. A maneira como a sua quantidade está cada vez mais a diminuir está a captar a atenção das pessoas. Eu próprio identifico-me como um francelho. No meu blog falo sobre isso. Um ser livre uqe faz o que quer e luta pelo que quer. Gostei do Blog.

Cumprimentos,


Paulo Silva

Anónimo disse...

Sempre aprendi que existem várias maneira de cozinhar coelho;temos coelho à caçador, de vinho e alhos, etc... Parece, no entanto, que há muito boa gente que não só não sabe cozinhar coelho, como ainda por cima são metidos numa alhada sem saberem como sair dela. É o chamado coelho à moda da assembleia, feito normalmente para grupos de senhores de gravata e que sem se aperceberem lá vão sendo metidos na panela e cozinhados em lume brando. Bem sei que alguns destes senhores até fervem em agua fria e, por vezes, até manifestam opiniões (sabores) diferentes consoante a mesa a que se sentam. Bom, mas dsso já nós estamos habituados! Haja coelho e cuidado com os francelhos que por aí sobrevoam.....