quarta-feira, 18 de dezembro de 2019



JOKER: You get what you fucking deserve!!
(Vão ter a porra que merecem!!)


Há por aí uns queques que têm como desporto favorito destroçar as esperanças de quem, legitimamente, ousa sonhar.

Escudados numa pretensa legitimidade fornecida pelo voto popular, esses queques (filhinhos de papás altamente comprometidos com o regime vigente) não sabem, nem sonham, o que é viver com as dificuldades e constrangimentos comuns à plebe.

Tudo lhes foi dado de bandeja. Tudo se lhes afigura fácil de conseguir! Eles são governantes, deputados, empresários protegidos, gestores públicos, dirigentes da administração pública e, caso o seu nível intelectual não ultrapasse a imbecilidade ou a idiotice, passam a ser adjuntos, assessores ou técnicos especialistas.

Daí que não lhes seja difícil, nem tenham qualquer tipo de pudor em fornicar a cabeça e a carreira profissional daqueles que são colocados na periferia das elites poderosas – os chamados pata-rapadas.

Estes são olhados sobranceiramente, com desdém e por vezes até com asco. A solidão, tristeza e infelicidade são alguns dos elementos de vida que são comuns aos pata-rapadas. Estes elementos tendem a se intensificar devido à forma como os queques poderosos teimosamente os tratam – as elites governantes constituem o tipo de grupo social que facilmente os “comem vivos” para, no final, os “cuspir” de volta às suas sarjetas e ruas sujas.

E não têm freio em repetir o processo até ao limite do suportável.

Para os queques, os pata-rapadas têm de comer e calar: a emancipação é-lhes vedada e a sua simples presença no círculo social das elites leva a jocosos e estapafúrdios comentários: “Fora com eles!” – dizem entre risinhos estridentes reveladores da sua tacanhez intelectual.

O mérito e a “expertise” são deixados de lado para, por mais absurdo que pareça, serem substituídos pela acéfala mediocridade das namoradas e amantes dos poderosos.

Os queques estão já a pisar a linha vermelha da prepotência e arrogância. É perigoso! A todo o momento pode rebentar o capital de paciência dos pata-rapadas e, de entre estes, surgir um Joker que, sem nada a perder e num ato impulsivo e tresloucado, resolva fazer justiça por suas mãos. Então, entre o ruído seco de disparos ouvir-se-á o grito:

You get what you fucking deserve!!

sábado, 10 de agosto de 2019



A Política e o Narcisismo: uma mistura proibida

Não constitui novidade que a sociedade atual está cada vez mais individualista. Isso torna-se mais notório após análise ao âmago da atividade política. O individualismo em si não é coisa muito bera, até pode ser um importante catalisador para o reforço da autoestima e autonomia individual, bem como um ótimo ingrediente para o incentivo à inovação e à criatividade cognitiva.

O problema surge quando o individualismo se transforma em narcisismo. E na política isso é muito perigoso. E mais perigoso ainda fica quando os políticos tornam crónico o seu padrão narcísico: transformam-se em pessoas egoístas e arrogantes. Egocêntricos, fazem questão em exaltar o seu brilhantismo e a sua competência, desejando intimamente passarem à condição de deuses.

Os políticos patologicamente narcísicos passam a projetar uma imagem exageradamente positiva de si mesmos, almejando, e até exigindo, virem a serem admirados e elogiados por todos em seu derredor. Estão-se “nas tintas” para com as necessidades dos outros e marimbam-se com o bem-estar dos seus pares. Mas na verdade, e na maior parte dos casos, isso é sintoma de problemáticas graves ao nível da autoestima. Por certo, nem sequer acreditam verdadeiramente naquilo que propagandeiam em relação a si mesmos.

Em épocas de campanha eleitoral, os políticos narcísicos, fazem questão em propalar competências fora do comum para resolver, de uma assentada, todos os males do mundo. Surgem, descarados, com soluções simplistas para questões complexas. Apresentam-se como heróis, os únicos capazes de salvar a nação, quando, na realidade, estão apenas tirando proveito da vulnerabilidade dos eleitores para conquistarem ou para se manterem no poder. Depois, aos costumes, fazem nada e usam-no apenas em benefício próprio e das suas clientelas mais próximas.

Rui Pereira de Freitas

segunda-feira, 22 de julho de 2019


A política, os políticos, e o “Eu real versus o Eu Ideal

Na política, como na vida, é comum haver uma franca dissonância entre aquilo que efetivamente se é e aquilo que se gostaria de ser. É por isso que, quando as coisas não correm de feição, os políticos tendem a encontrar soluções internas, no seu “Eu Interior”, para superar a frustração de não terem conseguido atingir na plenitude os objetivos primordiais a que se prepuseram e que submeteram a sufrágio.

É aí que os ditos políticos começam, lentamente e no seu íntimo, a ceder espaço para que o seu Eu Ideal se sobreponha ao seu Eu Real. Trata-se de uma fantasia irrealizável, mas que promete ao político a tão desejada paz interior.

O Eu idealizado necessita de atingir a glória, repleto de projetos políticos demagógicos e inacessíveis, tal a perfeição humana que pretende alcançar. Para conquistar a glória o Eu Ideal faz exigências descabidas ao fragilizado Eu Real, exigências essas que se robustecem através daquilo a que se apelidou de “tirania do  dever” – uma trama mais ou menos inconsciente que obriga o político a seguir normas de conduta rígidas e irrealizáveis. E para tornar firme essa tirania do dever, desenvolve um orgulho exacerbado, ao mesmo tempo que, paradoxalmente, cria um sistema de desprezo por si mesmo que o afasta ainda mais do seu Eu Real.


Essas exigências idealizadas tornam-se normalmente insuportáveis para o político, que lança mão de medidas gerais para aliviar a tensão. Entre estas estratégias estão as soluções expansivas, através da sedução e do domínio. Quando predomina esta tentativa de solução, o Eu idealizado do político pretende consolidar o domínio sobre as demais pessoas, como forma de mantê-las controladas e distantes de si.

Por outro lado, quando adota uma solução autoanuladora, o político elege o amor como o caminho de sua paz interior. E neste caso, torna-se morbidamente dependente de outras pessoas, que se transformam em seu auxiliar mágico, com capacidade para ampará-lo e resolver seus conflitos interiores.

A terceira tentativa de solução do político é a sedução da liberdade, através da qual pretende alhear-se da sociedade onde vive, e manter-se impermeável numa redoma de tranquilidade.

Mas como nenhuma destas soluções idealizadas se completam, o político passa a viver não apenas perturbado pelos seus conflitos interiores, mas também com sérias dificuldades nas relações com os seus pares, pois o fracasso em realizar seu Eu Ideal é exteriorizado e a responsabilidade passa a recair, inevitavelmente,  sobre as pessoas com quem habitualmente se relaciona: na realidade, se expansivo não consegue dominar as pessoas do seu convívio, se dependente mórbido, não encontra o seu auxiliar mágico perfeito, e se resignado, não consegue suficiente distanciamento do mundo para viver em paz.

Assim, e em fase de campanha eleitoral, estou em crer que o desejável para o bem comum, seria o que o sufocado Eu Real lentamente renascesse na sua luta contra o Eu Ideal, de forma a devolver definitivamente aos políticos a respetiva sanidade existencial. Nem que fosse necessário recorrer a ajuda profissional!

Rui Pereira de Freitas

terça-feira, 16 de julho de 2019


Melindre ou Orgulho Neurótico

Se existe algo que nos atrapalha a vida, essa coisa é o melindre. Melindre, segundo o dicionário Priberam, consiste na tendência para se ofender ou para se constranger. Eu acrescentaria que o melindre nasce sobretudo do orgulho excessivo.

O orgulho em si não constitui problema de maior, constituindo mesmo uma oportunidade de autorreconhecimento do seu próprio valor. Mas quando esse orgulho é manifestamente exagerado, corrói a consciência e transforma-nos em indivíduos com sensibilidade neurótica, tornando-nos ofendidos com qualquer coisinha.

O melindre resulta, pois, do exagero da importância pessoal e é frequentemente acompanhado de um enorme lista de exigências sociais. É o caso da pessoa que cruza com uma outra sua conhecida e esta não a cumprimenta – vá lá saber-se o porquê; essa “negligência” é tida como uma ofensa propositada. Se um amigo(a) estabelece uma relação com alguém que se detesta, isso é tomado como uma “traição injustificável”. Se alguém a quem se pediu um favor ou uma “cunha” se esquecer de a atender, fica logo rotulado de pessoa com total falta de consideração. Estes são exemplos de reações neuróticas que tornam o melindroso um “gajo chato”. Ninguém gosta de conviver com almas tão sensíveis.

O melindroso julga-se o centro do universo, o Rei-Sol, e sempre atribui a qualquer comportamento alheio um valor contra ou a favor da sua pessoa. É o egocentrismo no seu mais alto estádio. O melindroso é tenso e cansativo, derramando infelicidade não apenas aos seus mais chegados, mas também a si próprio. Essa infelicidade é pena capital imediata pela absurda presunção de importância.

Quem consegue deixar de culpar e responsabilizar os outros pelos seus insucessos e pelas suas frustrações, assumindo sem receios que existe mais mundo para além do que consegue vislumbrar, certamente que vive bem melhor, em paz e aconchego, consigo e com os demais.

Rui Pereira de Freitas

segunda-feira, 10 de junho de 2019



Os predadores/caçadores

Entramos definitivamente em época venatória. Não da caça à perdiz, mas da caça ao voto! E este ano a época vale por três … ou melhor, por duas, já que as “europeias” já lá foram!

É por isso que nós, comuns cidadãos, sentimo-nos completa e continuamente acossados por uma horda de predadores políticos. Surgem de rompante, de caninos salivados bem à mostra, rosnando promessas, cargos e prebendas para nos fazer crer que, com eles, o paraíso é possível no seio de um mundo feito de aconchego, pleno de leite e de mel.

A fartura prometida no vómito discursivo dos predadores vai sempre ao encontro das necessidades e expetativas dos eleitores. Estes, geralmente, em estado de carência e de penúria, transformam-se em presas suculentas dos que ambicionam manter ou conquistar o poder a todo o custo. Mantendo ainda uma réstia de esperança num futuro melhor, os pobres eleitores tendem a sucumbir perante o ego exacerbado do predador e, ingenuamente, prometem-lhe lealdade eterna e voto certo!

Conseguido o voto, o predador assume desde logo a sua posição altiva. O eleitor passa automaticamente à condição de “inútil perfeitamente dispensável” e é olhado com asco e desprezo pelo eleito, agora gordo e plenamente saciado pelas mordomias que as orgias do poder lhe confere.

E ficamos nisto! Em ciclos contínuos e repetitivos que a chamada “democracia parlamentar” teima em mantê-los permanentes e imutáveis for forma a impedir alterações do “Status Quo” e evitar qualquer alternância de papeis entre caçadores e caçados, entre predadores e presas. Agora é que a vida vai melhorar … sempre para os mesmos!



Rui Pereira de Freitas

terça-feira, 4 de junho de 2019



Levar a vida … … sem inquietações!
Do alto da minha proveta idade, ponho-me a cogitar nas problemáticas que assolam o mundo: as guerras, a poluição, a intolerância, a trampa do Trump, os extremismos acerbados, o “Brexit”, etc. etc.
Por outro lado, e a um nível mais próximo, penso na corrupção desenfreada, no governo que não se impõe, na oposição que não se demarca, no Marítimo que quase desce de divisão, na cidadania que desaparece, na ética mandada às favas e na deontologia que foi chão que já deu uvas.
Sou sexagenário, porra! Vou preocupar-me, egoisticamente, apenas comigo e com os meus mais próximos: saúde e alguns trocos para gastos! Inquietudes sociopolíticas? Não estou nem aí!
Declaro que, a partir de hoje, vou fazer o possível (e o impossível) para levar a vida, com vida … sem inquietações!

segunda-feira, 29 de abril de 2019




AS PRIORIDADES VITAIS

O caminho é feito de decisões. Essas decisões resultam das prioridades que, a todo o momento, se estabelecem.
É necessária muita sabedoria, recheada de força anímica e decorada com singular beleza, para definir, concretamente, quais as prioridades vitais a envolver.
Atento às desilusões últimas, a partir de agora, passarei apenas a considerar prioritário:
  1. a minha pessoa
  2. a minha família
  3. os meus amigos próximos

O resto passa à categoria de "paisagem"

Rui Pereira de Freitas
www.francelho.blogspot.com

terça-feira, 9 de abril de 2019



O meu nome é Freitas, Rui Freitas.
Alguém que me ajude a encontrar um governante chamado Freitas. Please!  Necessito urgentemente de, pelo menos, um primo Freitas no Governo … por motivos óbvios.