terça-feira, 17 de abril de 2012


O GROTESCO PARLAMENTO REGIONAL

“Novo episódio infeliz. Os três deputados do PTP acabam de se envolver em trocas deempurrões e agressões com os seguranças do parlamento que tentavam cumprir a ordem de Miguel Mendonça de retirar José Luís Rocha da sala” – www.dnoticias.pt, 17-04-2012

Estou cada vez mais desiludido com esta Assembleia Legislativa Regional (ALR). O espectáculo é drasticamente grotesco; os protagonistas deambulam entre a imbecilidade e a idiotice; o comportamento boçal é privilegiado em relação à civilidade e à tolerância.
Nesta ALR, que em tempos poderia ser chamada de “casa da democracia”, temos assistido, com estonteante regularidade, a cenas estupidamente decrépitas. Aqui, a condição humana é vilmente espezinhada pelo escárnio de quem foi eleito representante do povo … E não estou a referir-me apenas aos deputados do PTP!

Estes protagonistas não são, de todo, os meus representantes. Não aceito, nem tão pouco tolero, que o povo esteja a ser representado por esta gente! Não foi para isto que, mais ou menos conscientemente, os eleitores sufragaram com o seu voto os elementos desta ALR.

A democracia não é apenas um mero conceito político-constitucional. A democracia constitui, antes de tudo, um espaço de temperança onde a diferença política não pode ser aviltada nem pela intolerância das maiorias nem pela irreverente marginalidade das minorias.
Espera-se que a ALR faça o seu trabalho, isto é, discuta e legisle. Para isso, não me choca que se faça uso de uma linguagem algo viril na defesa das convicções. O que não admito é que a discussão política seja exclusivamente circunscrita ao exercício narcísico do potro imaterial do vilipêndio.

Rui Pereira de Freitas

2 comentários:

Hernâni disse...

Concordo consigo. A ALR nunca foi um modelo de democracia, daí não ser surpresa os atropelos e peixeiradas constantes. Infelizmente, a oposição (seja ela qual for) madeirense nao augura nada de bom para um futuro próximo. Fruto talvez da educação cívica que (não)temos...

Carlos disse...

Não posso concordar mais.
Aquilo que se exige é elevação em direto respeito pelos eleitores.
Muitos fazem-se representar por alguns. Sejam pois merecedores dessa confiança, produzam trabalho de qualidade na defesa intransigente e ponderada dos interesses dos eleitores.
Sejam praticantes de um trabalho de proximidade, agradeço que, com grande frequência, sejam capazes de ouvir atentamente e simultaneamente possam explicar tomadas de posição oriundas dos corredores e meandros da casa da democracia.