O Bom, o Mau e o Vilão
Os acontecimentos recentes associados ao desenrolar da
novela dramática do BES, da qual emergiram dois bancos, um MAU e outro BOM,
levaram-me a ressuscitar nos confins da memória um Western Spaghetti de Sergio
Leone “Il Buono, il Bruto, il Cattivo” – “O Bom. O mau e o Vilão” na versão
portuguesa
No caso do BES o “BOM” e o “MAU” estão aparentemente
definidos. Quanto ao VILÃO, parece-me papel para ser representado pelo
supervisor Banco de Portugal.
No filme, os três personagens suportam-se apenas por cada um
deles deter parte da informação necessária para localizar o “Tesouro” – uma arca
com uma pequena fortuna em ouro. Esperemos que, na “versão bancária”, os intervenientes
optem por uma estratégia diferente daquela ensaiada na película: em vez de agirem
egoisticamente isolados na espectativa do erro do outro para açambarcarem em
proveito próprio o “Tesouro” , seria benéfico para os contribuintes, para a
economia e para o país se os actores bancários cooperassem, articulada e
harmoniosamente, por forma a safarem este pobre e martirizado povo de pagar
(mais uma vez) os desvaneios insanos que os donos disto tudo se lembraram um
dia de concretizar.
Rui Pereira de Freitas
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