segunda-feira, 31 de março de 2014

LIBAÇÕES


Existe um “não sei quê de desassossego” quando folheio o “quase gratuito que o é” Jornal da Madeira e me foco quer nos bonecos e quer nos apontamentos de “opinião” da última página. Com efeito esse “não sei quê” aproxima-se de um ato sublime e supremo de renúncia (queria escrever acto, mas o corretor censura-me! – maldito acordo ortográfico!).
Esse ato de renúncia (e o corretor a dar-lhe!) assemelha-se a um episódio de libação, isto é, um despejamento irrecuperável para o solo de um líquido bebível. Sendo certo que o vómito reativo não é bebível – logo afastado dos cálices das libações - mas atendendo à catarse jardinista à luz do misticismo grego (ou mesmo das conceptualizações freudianas sobre materiais instintivos recalcados) estaremos perante um paradoxo entre aquilo que consubstancia o ID e o Alter-Ego – entre aquilo que grotescamente “se é” e aquilo idilicamente se gostaria de ser.
A diária vomição jardinista oscila entre o pejorativo e o ignóbil e, se nas libações tradicionais os líquidos oferecidos aos deuses são o vinho, a água, o mel, e o leite, na libação do JM, Jardim oferece vinagre e fel.

Enfim, questões oníricas que, perante o rebuliço criado no “Delfinário” são perfeitamente marginais ao processo de substituição de liderança que se avizinha. Que não se cometa Húbris, pois que a Némesis é implacável!

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